Uso de bioclonagem e metagenomica para caracterização do material de batata doce do Nordeste
Bioclone Produção de Mudas Ltda.
Vários fatores são limitantes da produção em diversas culturas, causando baixa produtividade nas lavouras. Plantas de propagação vegetativa podem apresentar sérios problemas relacionados à disseminação de agentes causadores de doenças, sobretudo vírus, podendo inviabilizar toda uma cadeia produtiva. No caso da batata-doce (Ipomoea batatas), são vários os fatores que colaboram para a elevada frequência de transmissão de agentes causadores de doenças. Através da multiplicação vegetativa pelos propágulos, que constituem partes da planta-mãe, que permanecem por longo período no campo, sendo sujeitos à contaminação, não possuindo sistemas de “filtragem” de vírus, tais como acontece nas sementes verdadeiras, para alguns vírus. Desta forma, tanto as ramas e as raízes tuberosas são vetores de fungos, nematoides, ovos de pragas e vírus fitopatogênicos, podendo chegar a inviabilizar áreas pela alta concentração de inóculo. Na ausência de um produto químico capaz de erradicar eficientemente vírus e outros fitopatógenos de plantas infectadas, a limpeza clonal e a propagação in vitro constituem estratégias eficientes para a produção de mudas com alta qualidade genética, livres de vírus e outros fitopatógenos. Um protocolo otimizado e aplicável a diferentes genótipos é fundamental para a manutenção in vitro de germoplasma elite, propagação rápida, produção comercial, intercâmbio e pesquisa. A BioClone, empresa de bioclonagem voltada para o agronegócio, desenvolve mudas clonadas de diversas culturas, utilizando técnicas biotecnológicas inovadoras de micropropagação, favorecendo a demanda da cadeia produtiva com preços competitivos. A empresa já tem um padrão de qualidade e indexação das mudas que são clonadas, porém as análises fitopatológicas são realizadas por empresas terceirizadas. Visando dar continuidade as atividades iniciadas durante a execução do projeto de pesquisa aprovado no Edital Inovafit I, o objetivo do projeto será realizar limpeza clonal em genótipos de batata-doce, visando diminuir a introdução de plantas infectadas assim como evitar a disseminação de vírus causadores de doenças. Através do INOVAFIT I, a BioClone está estabelecendo um protocolo de micropropagação de batata-doce que será validado nessa próxima etapa, podendo assim estar apta à produção de mudas livres de pragas e doenças. Na validação serão avaliadas todas as etapas do processo: isolamento, multiplicação, alongamento, enraizamento e aclimatização. Os processos de limpeza clonal serão realizados, utilizando técnicas de cultivo de meristemas e termoterapia, visando a produção de material genético de qualidade, fornecendo ao final mudas certificadas.
Para a indexação das matrizes serão utilizados métodos sorológicos, os quais se baseiam em técnicas eficientes de laboratório. As técnicas sorológicas têm sido as mais utilizadas para a detecção rápida e eficiente de vírus e serão usadas diferentes variações da técnica ELISA (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay) nas diagnoses de viroses vegetais, inclusive nas mudas produzidas na pesquisa. Essa nova modalidade abrirá um leque de oportunidades para fazer limpeza clonal para outras culturas muito buscadas como: batata inglesa (Solanum tuberosum), mandioca (Manihot esculenta), Inhame (Dioscorea trifida) e as culturas já produzidas pela BioClone. Além disso, com a maior acessibilidade às tecnologias de sequenciamento genético que facilitam a busca por genótipos superiores, um dos objetivos desse projeto é trabalhar com as plataformas de sequenciamento de próxima geração (NGS) para tornar disponível à comunidade científica, informações genômicas da Ipomoea batatas visando o maior acesso e conhecimento das características genotípicas das variedades mais produzidas do Nordeste.